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  • Foto do escritorAlexandre Alves

Rocktrip para o 3° festival de escalada em itatim, bahia


Sempre defendi a máxima de que viajar para escalar acaba aumentando seu repertório dentro do esporte/estilo de vida que envolve a escalada e você acaba se tornando um escalador cada vez mais completo. Seja pela mudança no tipo de escalada em si, tipo de rocha, técnicas, estilos diferentes, até as novas amizades e por aí vai...


Eu e Priscila já queríamos viajar pro Nordeste desde o ano passado, então vimos o 3° festival de escalada de Itatim (BA), como uma excelente oportunidade para conhecer um lugar novo.


Optamos por ir de avião até Salvador e de lá, pegar um ônibus para Itatim. A viagem leva cerca de 3:30/4:00h. A quem prefira subir pra Bahia de carro ou até mesmo alugar um carro em Salvador. Ambas opções facilitam o deslocamento entre os setores de Itatim. Os inselbergs onde se encontram a maioria dos setores não ficam tão distantes um do outro (menos de 5 km), mas caminhar no sol talvez seja o crux de todo o rolê. Como não tínhamos transporte, contratamos o serviço de moto táxi local pra conhecer outros setores, já no final da viagem. Ao final da postagem, vou deixar alguns contatos.


Ficamos hospedados no Abrigo de Montanha de Itatim, do paranaense Marcelo Gonçalves. O abrigo fica a menos de 5 minutos do Morro da Toca (principal setor de escalada da cidade). O local conta com opção de camping, quarto coletivo e suíte. Tem acesso a intenert, o que facilita quem precisar trabalhar no home office. No dia em que chegamos, fiz um ataque rápido a trilha que dá acesso ao cume do Morro da Toca, aproveitando pra conhecer o caminho, já que grande parte das vias tradicionais chegam no cume e a melhor opção de descida é por trilha.


Pra esquentar e conhecer o estilo de escalada de Itatim, optamos por fazer uma via bem acessível na manhã seguinte. A via escolhida foi a Expressa (4° IVsup, E2 D1 - 180 metros) , na face leste do Morro da Toca. Já que não dispúnhamos de muitas peças móveis, optamos mais pelas vias fixas. A rota conta com boas agarras e uma rocha de ótima qualidade, abrasiva. Descemos por trilha.

(Alexandre na via Expressa)

(Priscila na via Expressa)

(Priscila guiando a última enfiada da via Expressa)


Como a Priscila estava de home office, o cronograma era escalar bem cedo e no final do dia, quando sobrava tempo. Durante a tarde, como estava rolando o festival, o abrigo estava bem cheio. Conheci alguns amigos que chamaram pra dar um pulo no Setor Jararaca. Sol do 12h, escassez de água, algumas picadas e abrindo a trilha, fomos a caminho do setor. Com os amigos Rogerinho, Charles e Natacha, chegamos em um dos lugares mais incríveis que já escalei. Local com vias bastante atléticas, variando entre 6sup e 9b, todas com boas agarras e no teto (algumas 90° ). Escolhemos as vias Salim Não Está (7b) e a Bruxa (8b), espanco total!! A noite rolou festival na praça da cidade, com palestra do Edemilson Padilha e Valdesir Machado, sobre as escaladas na Patagônia, shows e sorteio de brindes.

(Setor Jararaca - Charles na via Bruxa)

(Descanso da Salim Não Está)


(Rogerinho na via Bruxa)

(Turma do perrengue)


No terceiro dia, escolhemos uma via na face oeste do Morro da Toca (que está na sombra durante a manhã do verão). Optamos pela via Crepúsculo (5° VIsup E2 D1 - 135 metros). Como estávamos com uma corda de 60 e havia um alerta de abelhas por perto, optamos por fazer um rapel pela via Mudança de Planos (face sul). Em seguida, o caminho encontra com a trilha de acesso pro cume.

A noite, assistimos a palestra da Marina Dias (campeã mundial de paraclimbing e atleta da seleção brasileira de paraescalada).

(Terceira enfiada da Crepúsculo, na face oeste do Morro da Toca)

(Pós escalada no sol)

(Descida de rapel pela face sul, pela via Mudança de Planos)

(Cume do Morro da Toca)


Como bom mineiro, recebi a indicação para fazer uma via do pessoal de Minas Gerais. E assim foi, a escolha do dia foi a via Trem Bão (5° VIsup E1 D1), na face norte do Morro da Toca. Via com algumas enfiadas onde dá pra proteger com peças, mas como tínhamos poucas, em alguns lances esticávamos a corda rs. Há uma opção de escalar 60m até alcançar o fim de outra via e descer por trilha, mas não fizemos isso. Optamos por fazer rapel pela própria via.


Durante a tarde, ainda no festival, aproveitamos pra participar da Oficina de Quedas e Comprometimento, oferecida pelo Gabriel Veloso. Ótimo treinamento, que fez enxergar alguns pontos da escalada de outra maneira.. Recomendo demais! Em seguida, fomos conhecer o setor de esportivas do Morro da Toca, que nesse horário, estava na sombra! Algumas vias, com bastante aderência e regletes, bem técnicas.

(Oficina de queda e comprometimento com Gabriel Veloso)


Na segunda, após um final de semana intenso de climb e sem pele, optamos pelo descanso total!


No sexto dia de trip, escalamos pela manhã a via Toca Raul (3° IVsup E2 D1 - 183 metros), na face norte do Morro da Toca. Chegamos no cume e descemos por trilha. A tarde, combinei com um brother João Vitor, que também estava de passagem por Itatim, de escalar a clássica das clássicas - o Arco da Toca (5° VIIa E3 D1 130 metros), via linda demais que passa por cima do buraco maior do Morro da Toca. Emendamos na última enfiada da via Expressa e descemos por trilha. A via é uma das 50 vias clássicas do Brasil. Recomendadíssima!!


(Priscila na Toca Raul, na face norte do Morro da Toca)

(Subindo pela segunda enfiada da Toca Raul)

(João Vitor guiando a enfiada crux do Arco da Toca)


No dia seguinte, eu e Priscila continuamos na saga das esportivas mais próximas. Ao fim do dia, fizemos as duas primeiras enfiadas do Arco pra conseguir acessar as tocas gigantes... Que visual!! Pegamos um belo fim de tarde. Aproveitei pra equipar a via Arco Reverso (7b) que fica dentro do buraco maior e emenda no crux do Arco da Toca. Como já estava escuro, e eu cansado, ficou equipada e voltamos no dia seguinte.

(Fim de tarde de dentro da Toquinha)

(Priscila nas esportivas da face norte do Morro da Toca)

(Priscila guiando a segunda enfiada do Arco da Toca)


As esportivas na sombra continuaram fazendo parte dos nossos planos até o final de semana, quando teríamos mais tempo pra uma empreitada maior. No sábado de manhã, escalamos algumas outras na face oeste do Morro da Toca e durante a tarde fomos até o Napoleão, face leste. Um pouco mais longe, caminhamos por boa parte do caminho e no final, conseguimos uma carona até a entrada do setor. Vias curtas, na sombra durante a tarde, vários sétimos pra quem quer fazer volume. Conseguimos uma carona a noite, até o abrigo.

(Via Abnegação, Napoleão face leste)


No último dia, resolvemos ir mais longe e gastar tudo que tínhamos de energia. Aproveitamos pra escalar no setor Rupestre, durante a manhã, já que o lugar conta com várias vias na sombra (setor climatizado) e próximo do horário do almoço, fomos para o Morro do Peitinho, pra fazer a via Zé Badim (4° V E2 D1 - 90 metros), que dá cume e tem uma vista insana lá de cima. Essa época do ano a via só fica na sombra bem no finalzinho do dia. Mas como tínhamos que pegar o ônibus no final do dia, fizemos com o sol rachando na cabeça! Valeu demais no fim das contas rs.

(Da direita pra esquerda, setor Rupestre, setor Crocodilo, setor Peitinho)

(Priscila no final da via Ancestral Comum, no setor climatizado - Rupestre)

(Ponto de rapel da via Zé Badim, no Morro do Peitinho. A frente, Crocodilo)


Betas:


- Contato do Marcelo Gonçalves do Abrigo de Montanha de Itatim (em frente ao Morro da Toca): (75) 98155-3484 ou @abrigodemontanha_itatim


- Adquira o croqui das montanhas de Itatim com o Cauí Vieira (@cauivc). Informações completas de todos os setores e escaladas da região


- Grande parte dos setores tem vias de escalada (tradicionais ou esportivas) em mais de uma face. Se quiser, dá pra escalar na sombra, dependendo do horário do dia e época do ano


- O melhor horário que encontramos pra fazer a clássica Arco da Toca foi a partir das 15h (isso no verão)


- Rola uma feira na cidade toda segunda-feira. Ideal é levar dinheiro. Poucas tendas aceitam pix ou cartão


- Tragam peças móveis, principalmente o jogo "rasta" (camalot .75, 1 e 2).


- Contato do Lourival - Delivery de açaí: (75) 98142-8171


- Contato do Evandro - Moto táxi que nos levou pro Rupestre: (75) 98213-9977


- Cuidado com a planta chamada cansanção (espécie de urtiga com espinhos)


- Se for para o setor do Rupestre, Crocodilo ou Peitinho, evite voltar pela trilha a noite. É fácil de se perder


- Célia do Acarajé excelente comida mineira na cidade


- Camurujipe é a empresa de ônibus que faz a linha Salvador x Itatim. Existem vários números de contato, mas o único que funcionou com a gente foi o: (71) 3555-4400

- Pros setores mais afastados do abrigo, leve bastante água











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